sexta-feira, 21 de agosto de 2009

em momentos de dúvida ou pouca fé me apego as palavras.
os sentimentos são incertos, muitas vezes desonestos.
mas não as palavras.

a palavra é o preto no branco.
pode até ter diversas interpretações,
mas uma vez dita, não pode ser retirada
já é verdade

quando tudo está embaralhado
tento organizar em frases, mesmo que desconexas
vou então arrumando, apagando e encaixando
até fazer sentido
até ser poesia

até assumir o que sinto e voltar a me reerguer.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

efêmero




tudo é passageiro.

então o que nos resta?

sonhar com o para sempre é perda de tempo.

Viva o efêmero.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

sinto

como se tivesse perdido todo o futuro que ainda não virou presente.
todo o meu Felizes Para Sempre.


Não sei se posso continuar com o Dudu.
Porque meu outro Dudu não vai mais existir.

notícias

Dentista:
seu sico está na horizontal com as raízes abertas e encostando no nervo. Teremos que operar.

Alergista:
O seu nariz está praticamente todo obstruído.

Nayara:
O seu coração está completamente partido.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Vida

o que ela quer da gente é coragem.

João Guimarães Rosa

domingo, 28 de junho de 2009

desenhar

O desenho foi minha primeira expressão artistica.
A primeira coisa que aprendi por vontade própria.
A primeira vez que tive total atenção de minha avó.

Não lembro quantos anos tinha. Lembro apenas de ser férias, estarmos só nós duas na casa dela. Sentadas na mesa da copa. A sempre mesma mesa, em frente ao sempre mesmo armário com seus cristais, remédios, pratos e balas escondidas.
Havia um papel canson em minha frente e várias cores de lapis de cor. O conjunto da minha vó era bem mais extenso e delicado do que aquele que usava no colégio, então não via a hora de usar aquela infinidade de cores.
Lembro de minha vó ensinar a segurar o lapis, e o tamanho certo para deixar a ponta. Lembro do sorriso dela ao elogiar minha primeira flor.

Nao sei o que aconteceu com meu primeiro desenho. Minha primeira flor. Mas lembro exatamente de como faze-la. Cinco pétalas, a cor mais escura ao centro. Caule fino e miolo pequeno. Folhas tranquilas para nao tirar o destaque da flores.

Enquanto procurava meu velho bloco de desenho ia me perguntando sobre o que desenhar. Ao encontra-lo vi que a primeira página não estava em branco. Havia um desenho inacabado de minha avó. Desenho que não poderá ser mais acabado
Porém ao olhá-lo não senti tristeza. Me senti inspirada.

Flores serão meu primeiro tema.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

desapego

meio desapegada
meio apagada
meio paga

desapego de mim
pego de outros

"des"
o que deixa de ser.

terça-feira, 23 de junho de 2009

marketing

existem três coisas das quais nunca estaremos livres:

da morte

dos impostos

e das vendas.

Kooter

segunda-feira, 22 de junho de 2009

hipocondria

gastrite, sinusite, rinite, enxaqueca, insônia, queda de cabelo, mau posicionamento da rótula, alergia ocular, escoliose, caspa nervosa, stress, ansiedade, refluxo, lordose.

hipocondria:
a única doença que não tenho.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Miedo

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar

(...)

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

(...)

O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

(...)

Medo... que dá medo do medo que dá


Lenine

terça-feira, 16 de junho de 2009

Não saber

o que sou,
faz com que eu seja menos?

Loucura

não é falar sozinho.

Loucura
é ouvir uma resposta de quarto vazio.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Liberdade

é pouco.

O que eu desejo ainda não tem nome.

Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de junho de 2009

uso a escrita

como uma forma de expurgar sentimentos.

me considero uma pessoa cheia deles.
Cheia a tal ponto que me sinto o tempo todo transbordando de emoções.
Choro quase diariamente.
Com um livro, um filme, um abraço ou uma saudade.

Ao escrever transformo alguns desses sentimentos em palavras.
Quando termino, me sinto mais leve.
Meus olhos passam por cima do monitor e minha coluna se endireita.

Sinto que posso aguentar mais um dia.

(mais um dia de saudades)

domingo, 7 de junho de 2009

escrever

"Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. [...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma amadora?
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”
Clarice Lispector

sábado, 6 de junho de 2009

Mas quando lermos

em voz alta o que escrevemos,
não saberão se era prosa ou verso,
e perguntarão o que se há de fazer com esses escritos;

Cecília Meireles
.
o que hão de fazer com meus escritos?
um dia irei partir, e eles aqui ficarão:
órfãos, tristes e anônimos.
Serão piores que páginas em branco
Serão rasuras sem valor.
Nayara

terça-feira, 2 de junho de 2009

segredo

quando guardamos um queremos proteger quem?
queremos proteger o quê?

Nosso coração ou o seu coração?

quando hesitamos queremos evitar o quê? A sua lágrima ou a minha?

O segredo impede dores através da ilusão.

"O que os olhos não veem o coração não sente"

Mas quem decide o quanto de dor aguentamos?
O que esconde ou o que não vê?

Esse é outro segredo.

domingo, 31 de maio de 2009

Por aquelas trevas

espreitei,
ali fiquei, pensando, temendo,
duvidando, sonhando sonhos
que nenhum mortal
jamais ousou sonhar antes.

- Edgar Allan Poe

sábado, 30 de maio de 2009

sempre tive uma dúvida,

em relação aos meus amigos.

Será que eles poderiam ser amigos?

Evidentemente, tenho amigos que são amigos. Afinal, faço parte de grupos de amizade.
Mas.. e aqueles que não se conhecem?

sempre tive a vontade/curiosidade de reunir todos os meus amigos e ver se eles gostariam um dos outros. claro que provavelmente, mesmo estando no mesmo ambiente, eles ficariam separados em grupos de conhecidos.

Mas.. e se eu sorteasse duplas? Sei la, amigo da faculdade amarrado com amigo de infância. Capoeira amarrado com teatro. O que dava?

Amizades são feitas através de semelhanças. Todos os meus amigos tem algum ponto em comum. Eu. Será que isso é o suficiente para gostarem um do outro?

O que é necessário para gostar do outro?
Talvez meus amigos sejam amigos em potenciais um do outro.

Só falta o empurrão.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Tenho medo,

das palavras me abandorarem.
De um dia acordar e tudo estiver branco. De não ver nada além do tangível.

Tenho medo de perder minha poesia.
De perder os versos que fruem de mim.
Ora doces ora tempestuosos.
Mas meus versos.

Tenho medo de um dia acordar e meus olhos não serem mais caleidoscópicos.
Tenho medo de ver tudo preto e branco.

Tenho medo de aceitar a rotina do dia a dia.
De perder a alegria.

Tenho medo de me perder.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Saudade,

não é verbo.

Mas tem tempo: futuro, passado e presente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

acreditando que o pranto é só meu

Quem mais sofre?
o que derruba ou que cai?
o que chora ou o que vê?

A dor vem dos sentidos aguçados,
que sentem além do escudo que envolvem.
São olhos que não veem o que não querem
e enxergam além do que é preciso.
São sentidos aguçados e destemidos
são conflitos apagados, deixados para o lado.

São destinos desatados.
Um amigo sem amparo.
Um pranto que é só seu
e para mim, perdido.