domingo, 3 de janeiro de 2010

Hoje eu to sozinha

(Ana Carolina)

Hoje eu tô sozinha
E não aceito conselho
Vou pintar minhas unhas
E meu cabelo de vermelho

Hoje eu tô sozinha
Não sei se me levo
Ou se me acompanho
Mas é que se eu perder
Eu perco sozinha
Mas é que se eu ganhar
Aí é só eu que ganho

Hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém
Hoje eu não vou falar bem nem mal de ninguém

Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
Te fazer o café fraco, eh!
Parei!
De pegar o carro correndo
De ligar só prá você
De entender sua família
E te compreender, êh!

Hoje eu tô sozinha
E tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha
Que é pra não ficar pior

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

em momentos de dúvida ou pouca fé me apego as palavras.
os sentimentos são incertos, muitas vezes desonestos.
mas não as palavras.

a palavra é o preto no branco.
pode até ter diversas interpretações,
mas uma vez dita, não pode ser retirada
já é verdade

quando tudo está embaralhado
tento organizar em frases, mesmo que desconexas
vou então arrumando, apagando e encaixando
até fazer sentido
até ser poesia

até assumir o que sinto e voltar a me reerguer.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

efêmero




tudo é passageiro.

então o que nos resta?

sonhar com o para sempre é perda de tempo.

Viva o efêmero.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

sinto

como se tivesse perdido todo o futuro que ainda não virou presente.
todo o meu Felizes Para Sempre.


Não sei se posso continuar com o Dudu.
Porque meu outro Dudu não vai mais existir.

notícias

Dentista:
seu sico está na horizontal com as raízes abertas e encostando no nervo. Teremos que operar.

Alergista:
O seu nariz está praticamente todo obstruído.

Nayara:
O seu coração está completamente partido.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Vida

o que ela quer da gente é coragem.

João Guimarães Rosa

domingo, 28 de junho de 2009

desenhar

O desenho foi minha primeira expressão artistica.
A primeira coisa que aprendi por vontade própria.
A primeira vez que tive total atenção de minha avó.

Não lembro quantos anos tinha. Lembro apenas de ser férias, estarmos só nós duas na casa dela. Sentadas na mesa da copa. A sempre mesma mesa, em frente ao sempre mesmo armário com seus cristais, remédios, pratos e balas escondidas.
Havia um papel canson em minha frente e várias cores de lapis de cor. O conjunto da minha vó era bem mais extenso e delicado do que aquele que usava no colégio, então não via a hora de usar aquela infinidade de cores.
Lembro de minha vó ensinar a segurar o lapis, e o tamanho certo para deixar a ponta. Lembro do sorriso dela ao elogiar minha primeira flor.

Nao sei o que aconteceu com meu primeiro desenho. Minha primeira flor. Mas lembro exatamente de como faze-la. Cinco pétalas, a cor mais escura ao centro. Caule fino e miolo pequeno. Folhas tranquilas para nao tirar o destaque da flores.

Enquanto procurava meu velho bloco de desenho ia me perguntando sobre o que desenhar. Ao encontra-lo vi que a primeira página não estava em branco. Havia um desenho inacabado de minha avó. Desenho que não poderá ser mais acabado
Porém ao olhá-lo não senti tristeza. Me senti inspirada.

Flores serão meu primeiro tema.